EDUCAÇÃO - Grêmios e o impacto na sociedade



Através dos grêmios estudantis, há uma importante movimentação de parte dos alunos da rede estadual de São Paulo, com envolvimento de professores e gestores. A Secretaria de Educação de São Paulo anuncia que, em 92% das escolas, há grêmios em funcionamento em pelo menos 4.713 unidades escolares espalhadas pelo Estado mais rico e populoso do Brasil. A conscientização sobre a importância da organização política é presente entre os estudantes. Os grêmios estudantis têm história. No Brasil, no início do século passado, os estudantes se uniram solidariamente aos trabalhadores durante a histórica greve de 1917. Na década de 1960, os estudantes se organizaram fortemente através dos seus Grêmios. E, mesmo diante da ditadura militar (1964), eles não foram totalmente sufocados, como se tentou de forma violenta. Foram os grêmios estudantis um dos mais fortes instrumentos de luta contra a ditadura, e um dos principais responsáveis pela democratização do País na década de 80. Foram espaços que tiveram forte presença nas lutas pela anistia aos presos políticos (1979), por eleições diretas (1984) e pelo “Fora Collor” (1992), demonstrando vigorosa e importante capacidade de mobilização.

No contexto da educação pública paulista, os estudantes tiveram importante papel para que, em período recente, não se fechassem unidades escolares. Expressando que os espaços educacionais públicos não podem ser traçados apenas sob a ótica economicista, ou apenas em critérios meramente quantitativos. A violência escolar e a complexa relação dos alunos com a escola em diversos aspectos precisam ter em organizações como as do Grêmio um saudável espaço de diálogo. Os grêmios podem representar, de forma apropriada, o vínculo de pertencimento do aluno em relação à escola. E atualmente, são esses grêmios, os quais a Secretaria de Educação Estadual incentiva a formação, espaços de grande relevância para o protagonismo juvenil e na construção de uma convivência democrática e pacífica no espaço escolar. Participação que pode promover e dar sustentabilidade ao ambiente propício para o desenvolvimento educacional participativo e qualitativo. Desafios dos mais complexos a requerer ampla participação dentro e fora da escola.

Ações em campos diversos, tais como, cultura, esporte, cidadania e política, social e comunicação, através de um jornal produzido pelos alunos ou de uma rádio escolar comunitária, com a participação de toda a escola, são atividades colaborativas das mais importantes e significativas. Pode-se afirmar que é condição efetiva para um ensino de qualidade para todos. Um ambiente integrador e de respeito à diversidade e à pluralidade é fundamental como fator de aprendizagem, do exercício da cidadania e tem impacto social dentro e fora do ambiente escolar. Compreender a escola como parte da sociedade e o seu relevante papel na formação e construção social mais abrangente reveste-se de estratégico nesse cenário. O papel dos grêmios estudantis é impactante nesse processo social. Marcaram e marcam presença na história brasileira, tanto quanto um significativo movimento social e político como propulsor de questionamentos e debates no interior das escolas, que trazem avanços sociais e impacto positivo nos esforços educacionais, bem como na democratização e preservação das unidades de educação, presentes em cada bairro. “O grêmio é um colegiado fundamental para uma escola cidadã, porque permite o protagonismo juvenil e o primeiro exercício de cidadania na sociedade”, afirma Eliane Cecílio Jorge, do Núcleo de Articulação e Iniciativas Junto a Pais e Alunos (Nuart). Há pleno acordo. Incentivar a formação de grêmios sem a tutela que o atrele e limite seu papel, é algo que traz impactos positivos no interior das escolas e, consequentemente, para a sociedade.
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