Unicamp - Funcionários, gestão, sucessão



“Cada ser em si carrega o dom de ser capaz” (Almir Sater e Renato Teixeira).

Está em curso o processo de sucessão para a reitoria da Unicamp, instituição acadêmica de excelência que traz muito orgulho aos brasileiros. E traz, por isso, enorme certeza de dever cumprido por parte daqueles que a construíram e que fazem parte dos seus quadros profissionais. É preciso, então, que os vários segmentos da universidade e da sociedade que a mantém, e para a qual a Unicamp existe, expressem, no processo, seus pontos de vista. A aposta deve ser em ampliar e fazer avançar as ações de uma importante universidade pública brasileira. Ações que deram à Unicamp, de forma contínua e expansiva, em seus 50 anos, protagonismo e destaque entre as instituições científicas brasileiras. É preciso, então, reconhecer que as realizações que a projetam internacionalmente acontecem com a relevante contribuição, ao longo da sua história, do seu quadro de servidores docentes e dos funcionários.

E os funcionários, nesse momento de sucessão na reitoria da universidade, precisam também ter o reconhecimento que trouxeram e trazem contribuição significativa na construção e na consolidação da Unicamp. Reconhecimento institucional, como o que ocorreu recentemente, em abertura de um evento acadêmico organizado por funcionários, o VI Simtec – Simpósio de Profissionais da Unicamp, em mesa solene que reuniu os reitores da universidade, em vários momentos. Na mesa do encontro histórico, participaram o atual reitor José Tadeu Jorge, em sua segunda gestão, e os reitores Carlos Vogt (19901994), José Martins Filho (19941998), Hermano Tavares (19982002), Carlos Henrique de Brito Cruz (20022005) e Fernando Costa (20092013). Com depoimentos sobre a história da instituição, a partir do tema “Unicamp 50 anos – Memórias, experiências e trajetórias profissionais”, uma deferência de grande importância, de parte dos reitores pelo papel que cada um deles tem na história da Unicamp. Em um evento que tem na sua essência o objetivo de ser espaço para mostra de qualificada produção profissional, reconheceram na histórica mesa a importância dos funcionários para a universidade, na atualidade e na dimensão atemporal de uma instituição cinquentenária, novíssima se for comparada com o tempo de existência de outras importantes universidades pelo mundo, mas, notável no campo do ensino, pesquisa e extensão, campos que se desdobram em muitas outras áreas. Em todas essas áreas há a contribuição histórica dos funcionários.

A constituição  de 1988 abandonou o conceito de funcionário público, eivada injustamente de sentidos pejorativos, passando a adotar a designação mais ampla de servidor público. Os segmentos funcionais que compõem a Unicamp são, portanto, servidores públicos. Na universidade aqueles que integram a carreira Paepe – Profissionais de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão e carreiras correlatas, exceto a carreira docente, são funcionários. E há nessa categoria empenho e comprometimento com a universidade e com aquilo que a sociedade espera da grande universidade campineira. Em todos esses campos de conhecimento e de trabalho há a necessária participação dos funcionários. O que acontece desde os tempos da implantação, final dos anos 1960, quando a Unicamp ainda nem tinha seu campus e suas instalações ficavam em áreas urbanas de Campinas, prédio na Barão de Itapura ou no espaço da Santa Casa. Aconteceu na vinda para Barão Geraldo quando o local, onde hoje há o belo campus central, era um imenso canavial. Houve muito esforço de funcionários nessas etapas todas. Esforço, dedicação e comprometimento nas etapas que se seguiram. E no momento em que a universidade vivencia um importante momento da democracia, a escolha do seu dirigente máximo para os próximos quatro anos, é preciso que as candidaturas explicitem a visão programática em relação ao seu quadro funcional. É preciso também que os funcionários atentem, em todos os programas apresentados, para o reconhecimento ao importante histórico de ações profissionais. Mais que isso, avalie o discurso e a prática das candidaturas ao longo da história da universidade. Em um processo no qual a institucionalidade da Unicamp certamente sairá fortalecida com o reconhecimento aos seus segmentos profissionais.



Artigo publicado no jornal Correio Popular - Campinas - 06/02/2017
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