PATRULHEIRISMO - Oportunidade para os jovens

O desenvolvimento econômico é sustentável, na medida em que prioriza, sem falácias ou enfadonhas expressões de intenções e promessas, a efetiva geração de trabalho e renda. Assim, um dos mais complexos desafios brasileiros é a geração de emprego e renda para os jovens, processo que deve sempre estar compulsoriamente acompanhado pelo desenvolvimento educacional.

A evasão escolar dos nossos adolescentes é motivo de permanente preocupação. Um dos fatores dessa evasão é a necessidade do jovem trabalhar para contribuir na renda familiar. Conciliar os dois fatores, educação e trabalho, sempre reforçando a primeira, se faz necessário. Instituições voltadas para a garantia de oportunidades de emprego, para o incentivo ao empreendedorismo para os jovens, segmento que se vê diante do desafio de conseguir o primeiro emprego, recurso fundamental, no caso, na busca da superação das desigualdades sociais, ainda fortemente verificada em nosso país.

Revestem-se de extrema relevância e, portanto, devem receber apoio e reconhecimento da sociedade, instituições que têm como foco contribuir para que o jovem tenha formação, preparo e a tão sonhada oportunidade. Uma instituição de qualificada atuação nesse contexto, o Patrulheirismo, completa 48 anos de profícua ação em Campinas.

Fundada em maio de 1966, inspirada em uma experiência ocorrida no município de São Carlos, é hoje denominada, em nossa cidade, como Centro de Aprendizagem e Mobilização pela Cidadania (CAMPC), denominação que expressa sintonia e atualidade com os conceitos e parâmetros da legislação que trata do menor. Sua missão institucional se fundamenta na oferta de um programa socioeducativo, de acordo com a Lei Federal nº 10.097/2000.

O desafio é encaminhar e acompanhar os jovens no mundo do trabalho, reforçando os estudos, por meio da aprendizagem profissional, viabilizada em parcerias com empresas e instituições, estímulo para o exercício da cidadania, ações de forte sentido na promoção da inclusão social. Foi implantado em nossa cidade, pelo dr. Roland Peres, juiz substituto da Primeira Vara Criminal e de Menores, e pela sra. Maria Angélica Barreto Pyles, pedagoga e psicóloga, com propostas e ações que, na origem, já visavam um trabalho socioeducativo, com objetivo da inserção social de adolescentes carentes da periferia do município.
A ação da organização foi sendo devidamente atualizada de acordo com a legislação que expressa avanços da sociedade brasileira, em especial após a constituição de 1988 e todas as leis e complementos inspirados na chamada Constituição Cidadã.

No mês do aniversário dessa instituição, oportuno se faz reconhecer os admiráveis resultados que o CAMPC, quase cinquentenário, tem prestado para a sociedade campineira. Pelos registros do CAMPC cerca de 50 mil jovens de Campinas, desde o início do patrulheirismo, já passaram pela instituição, ali obtendo formação complementar, emprego e oportunidades. Não faltam exemplos significativos daqueles que através do CAMPC desenvolveram carreiras diferenciadas. É preciso situar esses resultados no contexto do complexo desafio, de dimensão nacional, da geração de oportunidades para os jovens, sobretudo os de vulnerabilidade social.

No fundamental papel que a nobre instituição realiza, consolidar etapas educacionais, sempre foi pressuposto básico para pertencer ao CAMPC, onde o jovem recebe formação complementar em programa de preparo e de desenvolvimento da cidadania. E, a partir do desempenho individual, com valorização da disciplina, da responsabilidade pessoal e social, fatores pautados na formação, em um processo seletivo, visto que o número de vagas é menor que a imensa procura, fator que mostra a necessidade de mais investimento e efetivas políticas públicas que promovam o desenvolvimento do jovem.

O CAMPC é uma das instituições que atuam com esse foco imprescindível nos jovens. Há outras merecedoras de reconhecimento. Entre essas, a AEDHA, Associação de Educação do Homem de Amanhã, instituição pioneira em Campinas e que também cumpre, de forma qualificada o mesmo papel. Uma emocionante solenidade, celebrando a data, se realizou, e contou com a presença da atual direção, hoje o CAMPC é presidido pelo professor da Unicamp, Lisandro Pavie Cardoso, muitas autoridades e a presença revestida de reconhecimento, da parte de todas as gerações de patrulheiros à sua fundadora.

Ressalte-se que, na solenidade, dezenas de jovens de uma nova turma, foram os protagonistas. E expressaram, com motivação e a criatividade que os caracteriza, a esperança em futuro promissor sustentado no desenvolvimento educacional e na aprendizagem para o trabalho, elementos fundamentais na construção da efetiva cidadania.


Artigo publicado no jornal Correio Popular - Campinas - 24/05/2014
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