Tempo de Ação de Graças - UMA VIDA SIGNIFICATIVA

“Acredito que todos no mundo vieram para cumprir determinadas tarefas. E eu tive o privilégio de ser encarregada de uma muito importante” (Maria Angélica Barreto Pyles, 2016, Revista Metrópole)

A Gratidão, em pensamento e atitudes, deveria sempre fazer parte das complexas e fascinantes relações humanas. E a propósito disso há datas que se entrelaçam e reforçam, em todo potencial, a importância e os motivos de sermos gratos. Datas interligadas, quem sabe até não aleatoriamente, a reforçar as várias razões por gratidão. Motivos que decorrem de cenários individualizados e outras em contextos de alcance mais espalhados. E nessas datas a oportunidade de reflexões sobre tão nobre e necessário sentimento e seus múltiplos efeitos práticos. Pensemos então no sentido universal do tempo de Ação de Graças. E também reconheçamos o exemplo personificado em uma grande mulher do nosso tempo. E que faz pleno mérito à imensa e abrangente gratidão que tem recebido. Trata-se do reconhecer, com agradecimento, ações que transformam vidas, revelam talentos e dão plena estatura do desenvolvimento humano. Parte do sentido mais amplo da gratidão, presente no clima desse período do ano, no sentido do Natal e do preparo para um novo ano. Tempo de Ação de Graças. Que remete à dedicação ao outro na mesma forma como recebemos tantas dádivas. A dinâmica da vida talvez tenha, ou devesse ter, exatamente esse sentido: o de receber e o de repassar, de forma concomitante. Felizmente há quem assim procede. E, nesse raciocínio, não é mera coincidência fazer aniversário em um período próximo à data, quase universal, reservada para o sentido mais amplo de Gratidão. Há situações em que o aniversário gera a oportunidade de ir além do círculo mais próximo — familiar e pessoal — para ser celebrado de forma mais abrangente, junto com aqueles que foram alcançados positivamente por ações de alcance imensurável. E não por acaso, reiterando, na coincidência de duas datas, reflexões nas duas vertentes. Novembro traz o Dia Nacional de Ação de Graças, data que vai se incorporando ao calendário de celebrações brasileiras. Já tradicionalmente comemorada em outros países. Aqui passou a ser reconhecida historicamente em 1949, por sugestão foi do embaixador Joaquim Nabuco, inspirado nas comemorações vistas quando exerceu a função de embaixador brasileiro em Washington. E em 1966, a lei 5110 estabeleceu que a comemoração de Ação de Graças se daria na quarta quinta-feira de novembro. A data passou a ser ainda mais lembrada por muitas famílias de origem americana radicadas no Brasil e também, em diversas matizes, por Católicos e denominações como as Igrejas Luterana, Presbiteriana, Batista, Metodista, Quadrangular e a Igreja do Nazareno, assim expandindo-se como data de abrangência comemorativa . Um conjunto de pessoas que se reúne em gratidão ao Deus da sua crença cristã. Há sempre o que agradecer no momento em que se aproxima o fim de mais um ano. Oportunidade também para justa gratidão ao trabalho de pessoas que com elevado altruísmo, mudam vidas alterando destinos. Reconheçam-se as importantes ações de pessoas, como a respeitada e mui querida Maria Angélica Barreto Pyles, cidadã campineira de referência exemplar e de intensa dedicação aos seus semelhantes, de forma mais específicas para os adolescentes. Que antes, no limite da dignidade humana, passaram a ser valorizados e reconhecidos, através de um qualificado trabalho humanitário de descoberta e de valorização no potencial inerente a cada um. Trabalho que se reveste de um significativo e impagável investimento humano. Gerando de forma sistematizada oportunidades que conferem dignidade e autoestima. Forte impacto na vida. Resultados obtidos no importante exemplo aqui homenageado que se realiza há décadas, sob a liderança e a inspiração de Dona Maria Angélica e suas importantes diretrizes que incluem sentido de responsabilidade, disciplina, esforço, persistência e empenho individual. Então, aqui o reconhecimento em nome desses milhares, no conjunto que inclui os adolescentes de várias décadas atrás e adolescentes da atualidade, contemplados pela ação de uma grande mulher e daqueles que fazem parte das sucessivas equipes que caminham com ela. Sou como tantos outros, testemunha de tudo isso. E, não por acaso, desde 2010, tenho presenciado fortes e emocionantes expressões de gratidão à fundadora do Patrulheirismo em Campinas. Pertinente, portanto, em tempos de Ações de Graça, reconhecer o quanto temos a agradecer por situações e pessoas, de vidas significativas, seguramente usadas por Deus, alcançam muitas outras vidas, modificando de forma positiva muitos destinos. E se a vida tem uma Missão para cada um de nós, há pessoas que assumem essa Missão de forma tão intensa que tornam-se merecedoras de muitas homenagens.

Artigo publicado no jornal Correio Popular - Campinas - 25/11/2018